quinta-feira, 2 de abril de 2015

Review: Lords of the Fallen



 

“Ah caralhos, não tenho nada pra jogar enquanto meu Bloodborne não chega. E agora o que eu posso fazer... Não tou com paciência pra Monster Hunter agora e... ah sim, tenho o Lords of the Fallen aqui e ele recebeu um patch de 8 fucking gigas dia desses, quem sabe agora ele está jogável”

*3 dias depois, com o game agora em estado jogável*

“Well that ending was bullshit.”

Quando joguei Lords of the Fallen em outubro, no seu lançamento, o game estava injogável. Encontrei tantos bugs que me impediam de avançar no jogo, chegando a haver travamentos em confrontos contra chefes que estavam para morrer até mesmo quests que eu não conseguia terminar porque simplesmente não aparecia o comando de “investigar” para concluir ela. Depois de duas atualizações (uma de 4gb e outra de 8gb, I shit you not) e por estar no embalo de entrar em outro jogo do mesmo gênero, resolvi pegar ele e ver se era possível de termina-lo.

Neste jogo, controlamos Harkin, um cara ~misterioso~ com um passado ~misterioso~ que foi liberto da prisão que estava por motivos ~misteriosos~ por Kaslo, um monge misterioso, para ajudar contra a ameaça de mistérios misteriosamente misteriosos. É basicamente um Kratos que fala com intensidade inferior a 60 decibéis.

O jogo se passa quase todo em um monastério que é invadido pelo Rhogar, um bando de demônio genérico. Aliás, vamos rasgar logo uma coisa que é gritante mesmo nesse jogo: seu estilo visual faz mais um desserviço do que ajudar a mostrar seus gráficos. Tudo é bem naquele estilo “fantasia medieval genérico”, meio que lembra o que a Blizzard popularizou com Warcraft mas ainda mais genérico. Aliás, a paleta de cor desse jogo se restringe a cinza, vermelho e laranja, com o ocasional azulzinho. Eu me perdi em alguns momentos porque todos os cantos pareciam exatamente iguais.

Tem ideias neste jogo que são muito maneiras, como o fato de quando você morrer seus pontos de experiência ficam acumulados em uma nuvemzinha e que você deve ir até lá e buscar sem morrer, senão corre o risco de perder tudo. Além disso, com o passar do tempo a experiência acumulada nesse local vai diminuindo. Quando você chega na área que estão seus pontos de experiência, você recebe um bônus que é seu life ir se recuperando aos poucos enquanto ele estiver lá... é uma boa relação combinada com estratégia, que insere algo novo a toda mecânica de “morrer e ir atrás da sua experiência” que foi popularizada nesse estilo de game pela série Souls. Também gostei bastante de alguns inimigos, como o Tyrant, um inimigo que usa uma lança com extrema habilidade e que você precisa encontrar a urna onde está o coração dele e pegar, senão sempre que você estiver próximo de zerar o HP dele ele vai se regenerar e ganhar um monte de buffs.


Há uma boa variação de tipos de inimigos, mas infelizmente a forma como abordamos eles é sempre a mesma: ser o mais ignorante possível.

Ainda sobre meu primeiro Playthrough, quando fui apresentado às três classes que tem disponíveis (Rogue, Cleric e Warrior) e às magias que tem disponível (De rogue, cleric e warrior também) eu resolvi ser um rogue total e minha nossa como eu sofri por conta disso. Tinha poucos pontos em Strength e vitalidade, não aguentava usar armaduras muito pesadas e qualquer sapecada dos inimigos meus golpes eram interrompidos.

Nesse segundo playthrough, resolvi ser o mais ignorante guerreiro possível e simplesmente destruí neste jogo. Os ataques dos inimigos me faziam cócegas e meus golpes derrubavam a maioria deles com dois ou três golpes. Diabos, no primeiro dia que joguei eu matei os três primeiros chefes rapidinho e só tive minha primeira morte no jogo inteiro quando enfrentei o quarto chefe, o qual eu morri uma única vez por descuido meu por estar tão acostumado a ser um tanker que aguentava porrada na cara enquanto socava meu machado na cara dele.

Simplesmente não tem tática melhor pra se enfrentar os monstros nesse jogo, por mais diferentes que eles sejam em suas ações, o melhor jeito de enfrenta-los é utilizar a mesma tática sempre.
Quem merece destaque mesmo nesse game são os chefes... os quais ainda assim são também bem genéricos. Mesmo alguns deles tendo diferentes fases, mudando de ação ou de ataque quando seu HP se reduz a uma certa quantidade, não oferecem um desafio de respeito pra um fucking tanque com fucking pernas. 


O jogo só tem um desafio: conseguir terminar ele aguentando todos os bugs que ele joga na sua cara.
Quando o joguei em outubro, este game era INJOGÁVEL. Agora ele está em um estado tolerável mas ainda assim com sua parcela de bugs que impedem que eu tenha real vontade de seguir o game no seu NG+,  mesmo eu sabendo que tem toda uma nova leva de loot novo que só aparece no NG+, eu não quero mais jogar o game por conta dos bugs que me irritavam tanto. Inimigos que te atacam por trás da parede, os quais nem te acertam realmente mas é contabilizado como acerto. Momentos que minha defesa era praticamente zerada sem nenhum motivo aparente, ou simplesmente meu jogo dava um crash (reconheço que diferente das vezes passadas que era um crash a cada 30 minutos só foi um crash durante o playthrough inteiro mas ainda assim né...).

Não direi como é o final, mas aviso que é uma decepção. É apenas o narrador dizendo “essa merda aconteceu”. Ao menos ele te dá dicas de algumas sidequest que você possa ter deixado de lado enquanto jogava, mas nada que faça você dizer “oh nossa, teria sido legal fazer isso”. Aliás, já adianto que qualquer “decisão” que você tome durante o jogo só tem impacto na narração no final, nem uma cutscenezinha mixuruca de recompensa você merece.

Lords of the Fallen é um jogo legalzinho. Diverte e te distrai se você não tem Bloodborne ou Dark Souls 1 ou 2 ainda em casa, o que me dá a certeza que ele foi lançado naquele estado injogável porque se ele tivesse sido lançado com alguma proximidade, por menor que fosse, de Bloodborne ou até mesmo da remasterização de Dark Souls 2 ele seria sumariamente ignorado e a sequência que o estúdio já disse estar trabalhando em cima talvez nunca seria sequer pensada em ser feita.

Se encontrar esse jogo à venda, faça sugestão de uma troca de algum jogo seu que esteja encostado. E baixem todos os patches.


 

quarta-feira, 1 de abril de 2015

Review: Alan Wake


Sabe quando você sente que muito de um game pode não ser apreciado se sua audiência não tiver o mínimo de background ou de pelo menos conhecimento geral sobre um assunto para ser realmente apreciado? Pergunto isso porque Alan Wake meio que pede ao leitor que ele tenha um pouco que seja de bagagem literária para ser realmente aproveitado. Não estou dizendo que “se você não tem cultura, não vai gostar desse game”, longe disso, mas ter uma bagagem literária mínima que seja (a minha, por exemplo, é pequeniníssima, tenho que expandir ainda mais meus hábitos literários. Aliás, quando foi a última vez que você se sentou e realmente apreciou um livro? Apreciar mesmo, sentar, parar de checar mídia social a cada 10 minutos, apenas se sentar e ler?).

Um dos fatores que fizeram eu realmente gostar deste game foi o fato de eu ler neste momento O Oceano no Fim do Caminho, de Neil Gaiman, o qual bebe da mesma fonte que Stephen King. Diabos, uma das cenas iniciais é uma referência tão clara ao “O Iluminado” (dirigido por Kubrick, uma adaptação de um dos livros mais importantes de Stephen King) que o próprio jogo aponta isso. Ele também é estruturado como que se fosse um seriado, tendo capítulos e tudo. Além disso, brinca com shows de tema sobrenatural como “The Twilight Zone” (que infelizmente não passou tanto assim aqui no Brasil e nem sei com qual nome passava) em TVs que você encontra pelo jogo.

Alan Wake é um jogo que conta os eventos sobrenaturais passados por um escritor chamado... bem, Alan Wake, que tinha um bloqueio para escrever seu próximo livro. Para poder tirar umas férias boas, dar uma relaxada, Alan foi levado por sua boneca inflável OPA esposa Alice (sério, as animações das cutscenes são feitas com muppets?) para Bright Falls. Alice então é raptada e cabe Alan Wake conseguir encontrar seu paradeiro, enquanto precisa encarar forças das trevas... literalmente.

Bright Falls é um lugar lindo, se mostrando uma típica cidadezinha do interior americana que esteja na floresta entre as montanhas. É o tipo de lugar que a gente cresce vendo filmes da sessão da tarde em que o Chuck Norris vira um urso (sim, este filme existe). Diabos, um sonho meu é poder um dia conhecer o Parque Yellowstone. Só não sei se vou querer andar de noite pela floresta.

Digo isto porque, bem, de forma que faria Lovecraft levantar sua sobrancelha esquerda por estar levemente entretido e curioso, o inimigo aqui é algo muito mais abstrato, sem forma realmente, que precisa assumir certas personificações para que o jogador sinta que tenha a ilusão de poder lutar contra uma força ancestral e disforme. Possuindo inocentes moradores desta cidade, tornando-os em assassinos que gritam da importância de tomar ômega 3, agora Alan precisa lutar contra essas hordas de fazendeiros, lenhadores e policiais possuídos, sendo que antes precisa iluminá-los.

Yep, você precisa antes, com sua lanterna, limpar a escuridão por cima dos inimigos antes de poder matá-los com o velho e bom estilo americano: NA BALA. Na realidade, isso adiciona um certo nível de tensão no jogo, já que não é possível já apontar e atirar, precisa esperar um tempo para remover toda a escuridão antes de atirar. Agora imagina você apontando uma lanterninha para um lenhador de 2 metros de altura carregando um machado enquanto grita “EM BURACO DE PEBA TATU CAMINHA DENTRO?” sem poder atirar? É algo bem tenso.

Mas o jogo peca num detalhe que considero chato pra caralho e que me incomodou por todo meu playthrough: a mania de retirar todo seu armamento do nada. Não adianta muito estocar sinalizadores, flares, munição em geral, porque na primeira oportunidade o jogo retirará isso tudo de você, fazendo que aquela sua lanterna com farol de milha seja trocada bestamente por uma lanterninha do tamanho de uma caneta.

Normalmente não me importo muito quando isso acontece, mas também eu vejo isso acontecer mais de forma esporádica em outros jogos. Far Cry 3 implementa isso da forma “coronhada no meio do quengo, sequestrado e amarrado pelos vilões que se tocam que é uma boa ideia tirar suas armas”, já neste jogo se o Alan tropeça PUFF, sumiu tudo. Ah você tinha uma escopeta? Que pena que você tropeçou e ela sumiu.

Outras coisas interessantes é quando a escuridão começa a possuir objetos inanimados, os quais só podem ser destruídos se você ficar olhando para eles. É literalmente isso, você olha para eles e eles somem. E estão ali apenas pra serem um saco mesmo. A primeira vez que uma mesa vem voando na sua cara é meio inesperado e assustador, na quinquagésima vez você se pergunta se estão usando madeira MDF para estas mesas.

De resto, este jogo me fez querer voltar a ler mais livros, especialmente os que estão na minha estante só esperando eu abrir (As Brumas de Avalon ainda nem sequer saíram do seu plástico, sem falar do meu incrivelmente longo backlog só no que se trata de livros...), então não tem como eu não recomendar Alan Wake para qualquer um. É um jogo muito bom.

E agora vou abrir um breve comentário, tirando do meu rabo e achismo: será que esse jogo não seria um horror ainda maior se não tivéssemos armas como pistolas ou escopetas? Eu até imagino que sim.
Enfim, só isso e TOME DUAS PÍLULAS PELA MANHÃ E VOCÊ DORMIRÁ COMO UM ANJO.


terça-feira, 31 de março de 2015

Review: Valiant Hearts - The Great War




Um dos maiores problemas que encontramos em jogos que se declaram “educacionais” é que eles são simplesmente um saco e muito mal pensados em seu desenvolvimento. Em vez de aliar à narrativa do jogo e o setting ao gameplay, o que normalmente se faz é entupir o jogo com carinhas sorridentes e um monte de quiz, com uma intenção de infantilizar qualquer tema que forem abordar.

Daí chega Valiant Hearts e me dá uma aula de história da Primeira Guerra Mundial (A Grande Guerra, como é chamada) que faz qualquer professor meu que tive de história tremer nas bases. Primeiro que não fica na chupação de rola do Marx que todo professor de história parece ter com seu socialismo dizendo “olha os males que os conflitos trazidos pelo capitalismo malvado traz! Ohhhhh como eu odeio capitalismo!”, segundo que tudo, mas tudo mesmo no jogo, é feito pra contar de forma ainda mais aprofundada sobre como ocorreu a guerra, quem participou e como era a vida de um soldado nessa guerra.

Neste game, tomamos o controle de quatro personagens, sendo um deles inclusive alemão (PLOT TWIST! OS ALEMÃES NÃO SÃO MOSTRADOS COMO SANGUINÁRIOS MALUCOS DEVORADORES DE JUDEUS! OOOOH!) os quais assumem diferentes pontos de vista durante a guerra. Além disso temos um cachorrinho como fiel companheiro durante a jornada, sendo que ele passa a acompanhar cada um dos personagens dependendo do momento que se passa na história.

O jogo é um adventure bem no estilo point and click. A maioria dos puzzles possuem uma resposta bem óbvia mas confesso que alguns deles eu tive de realmente parar e repensar como passa-los. Diabos, todas as situações que você se encontra nesse game são puzzles, precisando que você ou tenha timing ou tenha a perspicácia de entender como solucionar ele antes que você morra. Até mesmo a escavação de trincheiras foi uma mecânica integrada no game, com você precisando evitar enquanto escava minas e bombas que não detonaram ainda enquanto um bombardeio ocorre sobre sua cabeça. Além disso, temos a verdadeira parte de “aula de história” do game, que é feita através de colecionáveis (o que eu desconfio que se eu pegar todos é destravado mais conteúdo para mim, isso é algo que irei testar mais tarde) que ficam sempre bem escondidos pelo cenário (mas nem tanto, pedem apenas um pouco mais de observação para encontra-los). Sempre que você o coleta, você pode analisa-lo e um pouco da história é destrinchada para o jogador, desde um capacete que na realidade não oferecia proteção alguma contra balas até mesmo carta de combatentes de ambos os frontes para suas famílias.

Toda vez que ocorre algum evento importante, você pode de maneira opcional ver através de um pop-up informações mais aprofundadas do que ocorreu, inclusive com fotos reais da época, o que traz ainda mais uma empatia e respeito por estes combatentes, além de trazer cultura e conhecimento. Nunca imaginei que canadenses tivessem lutado nesta guerra, por exemplo, e eles ainda conseguiram uma vitória extremamente valiosa.

Valiant Hearts consegue através de sua narrativa simples, mas extremamente bem pensada, emocionar e fazer você ficar investido em todos os personagens, sem glorificar uma guerra e conseguindo humanizar seres cartunescos com mais habilidade do que os milhões de polígonos que temos disponíveis hoje.

E este foi o primeiro game que FINALMENTE conseguiu que eu ficasse com os olhos marejados quando terminei. THE FEELS ARE TOO GREAT. OH THE FEELS.

Review: Sly Cooper 2: Band of Thieves





Sucker Punch, do lado de Insomaniac, foi um dos grandes estúdios que produziam jogos exclusivamente para o Playstation 2 (com exceção de um jogo de Nintendo 64 que só descobri porque fui olhar na Wikipedia o histórico deles). Na realidade, produziu exclusivamente a série Sly Cooper, a qual só comecei a conhecer depois que comprei, a MUITO tempo atrás, a Sly Cooper Collection na PS Store.

Bem, como o lançamento de Bloodborne está se aproximando e eu não queria ter gastos desnecessários com jogos que nem me interessam tanto antes, resolvi terminar alguns games da minha biblioteca digital do PS3 e MINHA NOSSA, como tenho jogos que não terminei ainda. Daí, tive uma grata surpresa ao notar que dava para eu jogar a série Sly Cooper inteira porque tinha adquirido a muito tempo atrás o último jogo da série lançado para o PS3, o Thieves in Time. Com essa oportunidade de jogar uma série inteira a minha disposição... bah vocês entenderam.
“Mas Thyago, seu gordo anoréxico, você está fazendo o review do segundo jogo, porque não está fazendo desde o primeiro?”

Muito simples, querida voz da minha cabeça, é porque o primeiro eu joguei a muito tempo atrás e completei o jogo já. Adorei ele, cheio de coisas pelos variados cenários para coletar e com um bom desafio, sendo fundamentalmente um jogo de plataforma com ““““alguns”””” de stealth.
E acho que esta é a maior característica da série: é essencialmente um jogo de plataforma, mas com alguns pontos de stealth para deixar o game mais interessante.

A história deste game acontece pouco tempo depois dos acontecimentos do primeiro game, na qual o vilão Clockwerk, uma coruja gigante feita de motherfucking METAL (acho que o conceito dela foi tirada da capa de algum álbum de uma banda de power metal) foi derrotado por Sly Cooper. Entretanto, por ser uma criatura robótica, suas peças ainda permaneceram e foram pegues pela Klaww Gang, sendo essas peças utilizadas em diferentes planos para enriquecê-los no submundo do crime.

Sabendo que essas peças eram perigosas demais para serem mantidas sem serem destruídas, Sly Cooper e seus amigos Bentley (uma tartaruga extremamente inteligente e com uma voz que te dá vontade de enforcar filhotes de foca) e Murray (um hipopótamo com grande força física e que fica se tratando na terceira pessoa) partem em busca de cada uma das partes de Clockwerk.
O jogo todo é exibido como se fosse um desenho animado, com cutscenes entre cada capítulo bem animadas e divertidas de se assistir, sendo uma boa recompensa para cada capítulo que você completa.

Este game é dividido por episódios e cada episódio se passa em um cenário diferente, tendo estes cenários suas características próprias. Alguns são urbanos, outros na neve, outros no deserto ou na selva... sendo que cada cenário tem 30 garrafas com pedaços de código para você coletar e com esse código você poder abrir um cofre que contém sempre alguma nova habilidade para Sly Cooper. Outras habilidades podem ser adquiridas comprando na safehouse. Para comprar, você precisa de dinheiro que você consegue roubando dos inimigos.

E bem, o jogo é realmente voltado e todo construído para ser jogado com o Sly Cooper, o qual é um guaxinim que pode escalar, se equilibrar em cima de lugares pontudos e cordas e usa um bastão para se defender. Mas também é necessário jogar com seus outros dois amigos para poder avançar no game.

Murray é um pouco mais lento mas é o que tem a maior força do grupo. Alertar guardas com ele nem chega a ser um problema porque ele pode agarrá-los e arremessar contra outros inimigos, o que torna bem mais simples avançar pelo cenário, mesmo sem ter as capacidades acrobáticas de Sly
Cooper. Quando refere-se a si mesmo ele diz que é “The Murray”, o que já mostra que ele deve ter o Q.I. de uma giardia em decomposição.

Já Bentley (a tartaruga) tem alguns gadgets que o ajudam a passar pelos guardas como dardos tranquilizantes mas para que ele os atire é preciso usar um modo de primeira pessoa que minha nossa como é ruim de usar, além do dardo em si ser lento pra cacete então pode esperar errar bastante o alvo. Pra piorar, ele não consegue escalar nada e num jogo com cenário extremamente verticalizado você fica com poucas opções de cobrir o terreno quando é obrigado a jogar com ele. Com certeza, o pior personagem para se jogar. E MINHA NOSSA a voz dessa tartaruga faz você querer enforcar algumas focas.

Agora, alguns defeitos que se sobressaíam aos meus olhos durante a jogatina: o draw distance.
Para quem não sabe, draw distance é a capacidade do jogo de renderizar objetos no cenário à distância ou a capacidade de você interagir com objetos que estejam muito distantes de seu personagem.

Bem, este jogo tem a draw distance de um palmo praticamente. Inimigos surgem do nada todo o tempo na sua frente porque só naquele momento foram carregados, assim como as garrafas que você precisa coletar e vai procurar freneticamente por todo o cenário porque não dá para vê-las a distância. Como os cenários são bem grandes e variados, com várias passagens para você explorar, você vai ter mesmo que ir pra cada um desses cantos se quiser pegar todos os upgrades. Não é algo que deixe o game aleijado mas é bem perceptível.

Também me incomodou como o jogo faz questão de dizer em voz alta cada ação que você deve fazer. Muito tempo é desperdiçado com você parado e ouvindo conversas como você precisa chegar em algum canto só pra puxar uma alavanca. Mas TODAS AS AÇÕES devem ser narradas pausadamente porque o jogo foi feito para uma criança de 8 anos que sofreu uma lobotomia. Tipo, eu sei que sou inteligente o suficiente para puxar uma alavanca que está BRILHANDO e é uma das poucas coisas que o draw distance de merda desse game aguenta mostrar à distância. Mas nope, cada ação executada tem que ser parada para mais e mais exposição.

De resto, é um bom jogo que diverte bastante, com gameplay variado entre cada personagem que se expande dependendo da missão (especialmente o Bentley, que para hackear computadores entra num minigame do tipo navinha e também controla um helicóptero de controle remoto e eram os únicos tipos de missões que valiam a pena jogar com ele). Se alguém estiver procurando um game divertido e descompromissado para jogar, pode pegar sem medo.

Agora dá licença que vou atrás de mais fotos da Carmelita.

For science.

segunda-feira, 30 de março de 2015

Review: Pokémon Heart Gold





A muitos, muitos anos atrás MESMO, eu era um pivete aficcionado por Pokémon. Até mesmo com os protestos do pastor da minha igreja sobre o quanto Pokémon era coisa do demônio porque eram “monstros” e “monstros são coisas de satanás”, eu continuava indo atrás de jogar e saber mais informações do mundo dos monstros nas bolas.

Me lembro que eu primeiro conheci o jogo e depois comecei a ver o desenho pela Record. É irônico um desenho “do djabu” passar numa rede de TV evangélica mas que se lasque né, a gente sabe muito bem o que é santificado na TV.

Dinheiro e prostitutas, se vocês não sabem. Normalmente nesta ordem.

Enfim, joguei Pokémon Red por um emulador de Game Boy e minha nossa como aquilo consumiu minha vida. Terminei o jogo pegando praticamente tudo o que eu podia naquela versão (era burro e não sabia como fazer pra abrir a outra versão e daí fazer as trocas pra completar minha Pokedéx) e daí então esperei ansiosamente ter a chance de jogar a nova versão: Pokémon Gold. E joguei. Em japonês. E consegui terminar mesmo em japonês essa porra. Sem entender NADA. Cada batalha era um desespero e sempre que eu aprendia um ataque novo eu ficava com um cagaço danado de deletar um movimento bom pra colocar no lugar um movimento bem bosta (para os papudos daqui que não sabem, cada pokémon só pode aprender até quatro movimentos. Quando se aprende um novo, um dos quatro deve ser descartado).

Anos se passaram, comecei a me interessar por outras coisas e deixei de lado esta série até jogar Pokémon Black, mas aí é outra conversa. ENFIM, SEM MAIS ENROLAÇÃO, VAMOS FALAR SOBRE POKÉMON HEART GOLD.

Este, crianças, é um remake bem feito e bem adaptado. Pegaram todo o jogo do gameboy e atualizaram o visual, além de melhorarem toda a interface, utilizando a touchscreen como tela onde tem os menus e tudo pode ser facilmente acessado com um simples toque, sendo também possível usar os botões da forma que era usado anteriormente. É uma mudança que parece ser pequena mas na realidade deixa o gameplay mais dinâmico. As músicas são um primor de alta qualidade, cada cidade tem seu tema e eu duvido que você não ache foda o tema da luta contra o campeão, caso chegue nele.
O jogo é extremamente acessível, não importa se você já é um veterano dessa série ou se é a primeira vez que encosta nessa coisa. E em praticamente todas as versões o jogo tem se mantido, essencialmente, a mesma coisa. Você tem seu monstrinho e enfrenta outros treinadores que também tem monstrinhos. Os monstrinhos se monstranham e quem monstranhar mais vence. Na verdade, o jogo inteiro é uma rinha de galo em que um galo tem um lança-chamas e o outro consegue distorcer o espaço-tempo. E crianças controlam eles.

Assim como em todo jogo, cada vez que você entrar numa caverna é bom seu lubrificante estar em dia porque você será currado a cada 2 passos que você tiver. E eu te juro que quando estou quase pra sair de um canto de alguma caverna, algum morcego filho de uma égua em chamas vai pular e querer te encher o saco.

Aliás, meus parabéns ao japonês safado que não deve ter recebido a sua cota de cocaína no dia e resolveu programar o status “confusão”. Nesse status que não tem cura e que você tem que torcer para que ele vá embora logo seu Pokémon faz um teste e, se ele falhar, em vez de atacar ele dá uma voadora na própria cara e perde HP.

O jogo é carregado de conteúdo. Primeiro, você tem acesso à região de Johto, a qual tem 8 ginásios que ficam em diferentes cidades. Derrotar os líderes do ginásio e em seguida derrotar a Elite 4 e em seguida o campeão é o objetivo inicial do jogo, mas durante ele você também encontra com a Equipe Rocket, uma organização criminosa que quer dominar o mundo (OF COURSE!).

Depois disso tudo, mesmo depois dos créditos rolarem, é que você se toca que só jogou mais ou menos 40% do jogo. É destravada uma região inteira (Kanto... que fica em outro canto. Hã? Sacaram?) com mais 8 ginásios, a possibilidade de poder enfrentar a Elite 4 e os líderes de ginásio novamente mas agora com Pokémons mais bombados e por fim encarar o treinador mais motherfucker, no words, only ass kicking, RED, o protagonista do jogo anterior.

E é justamente aí que o jogo me pega bem onde dói, na nostalgia. É como eu entrar num túnel do tempo, encontrar o menino obeso anti-social que não conseguia falar com ninguém olhando no rosto da pessoa gaguejando sem parar e com um raciocínio confuso que eu era e dizer: “hey, vamos terminar isso de uma vez por todas”.

Eu queria ficar puto com certas coisas, como o fato de ter certos Pokémons que só evoluem se você trocá-los (meu Machoke vai morrer sem nunca poder ser um Machamp por causa disso) ou toda a putaria que existe com a “personalidade” do bicho que influencia diretamente nos status dele, assim como o verdadeiro pé no saco que é fazer o breeding. Eu fico na dúvida entre quem está com seus orifícios mais violados: uma puta na quarta-feira de carnaval ou um Ditto no Day-care (um canto que você deixa seus pokémons evoluírem com o tempo e eles podem se reproduzir. A diferença que um Ditto pode trepar com qualquer um, não importa o tamanho, tipo, sexo, Ditto vai querer todo aquele suco de amor só pra ele), mas simplesmente não consigo. A sensação de progressão e de estar cada vez melhor com seus monstrinhos, assim como o fato deles sempre poderem aprender novos golpes e evoluírem para formas mais fodásticas mais do que compensam toda a parte cagada que o jogo tem caso você pense jogar de forma competitiva, algo que para aproveitar o jogo você pode ignorar completamente sem o menor problema.

Minha recomendação é que, se você tiver um portátil da Nintendo, ao menos experimente jogar Pokémon. De preferência, jogue o mais recente que sair que daí será mais fácil conseguir fazer trocas e aproveitar todos os benefícios que elas trazem.

Agora dá licença que tenho que treinar pra enfrentar um Pikachu de level 88. E meu time inteiro é level 50.