quinta-feira, 2 de abril de 2015

Review: Lords of the Fallen



 

“Ah caralhos, não tenho nada pra jogar enquanto meu Bloodborne não chega. E agora o que eu posso fazer... Não tou com paciência pra Monster Hunter agora e... ah sim, tenho o Lords of the Fallen aqui e ele recebeu um patch de 8 fucking gigas dia desses, quem sabe agora ele está jogável”

*3 dias depois, com o game agora em estado jogável*

“Well that ending was bullshit.”

Quando joguei Lords of the Fallen em outubro, no seu lançamento, o game estava injogável. Encontrei tantos bugs que me impediam de avançar no jogo, chegando a haver travamentos em confrontos contra chefes que estavam para morrer até mesmo quests que eu não conseguia terminar porque simplesmente não aparecia o comando de “investigar” para concluir ela. Depois de duas atualizações (uma de 4gb e outra de 8gb, I shit you not) e por estar no embalo de entrar em outro jogo do mesmo gênero, resolvi pegar ele e ver se era possível de termina-lo.

Neste jogo, controlamos Harkin, um cara ~misterioso~ com um passado ~misterioso~ que foi liberto da prisão que estava por motivos ~misteriosos~ por Kaslo, um monge misterioso, para ajudar contra a ameaça de mistérios misteriosamente misteriosos. É basicamente um Kratos que fala com intensidade inferior a 60 decibéis.

O jogo se passa quase todo em um monastério que é invadido pelo Rhogar, um bando de demônio genérico. Aliás, vamos rasgar logo uma coisa que é gritante mesmo nesse jogo: seu estilo visual faz mais um desserviço do que ajudar a mostrar seus gráficos. Tudo é bem naquele estilo “fantasia medieval genérico”, meio que lembra o que a Blizzard popularizou com Warcraft mas ainda mais genérico. Aliás, a paleta de cor desse jogo se restringe a cinza, vermelho e laranja, com o ocasional azulzinho. Eu me perdi em alguns momentos porque todos os cantos pareciam exatamente iguais.

Tem ideias neste jogo que são muito maneiras, como o fato de quando você morrer seus pontos de experiência ficam acumulados em uma nuvemzinha e que você deve ir até lá e buscar sem morrer, senão corre o risco de perder tudo. Além disso, com o passar do tempo a experiência acumulada nesse local vai diminuindo. Quando você chega na área que estão seus pontos de experiência, você recebe um bônus que é seu life ir se recuperando aos poucos enquanto ele estiver lá... é uma boa relação combinada com estratégia, que insere algo novo a toda mecânica de “morrer e ir atrás da sua experiência” que foi popularizada nesse estilo de game pela série Souls. Também gostei bastante de alguns inimigos, como o Tyrant, um inimigo que usa uma lança com extrema habilidade e que você precisa encontrar a urna onde está o coração dele e pegar, senão sempre que você estiver próximo de zerar o HP dele ele vai se regenerar e ganhar um monte de buffs.


Há uma boa variação de tipos de inimigos, mas infelizmente a forma como abordamos eles é sempre a mesma: ser o mais ignorante possível.

Ainda sobre meu primeiro Playthrough, quando fui apresentado às três classes que tem disponíveis (Rogue, Cleric e Warrior) e às magias que tem disponível (De rogue, cleric e warrior também) eu resolvi ser um rogue total e minha nossa como eu sofri por conta disso. Tinha poucos pontos em Strength e vitalidade, não aguentava usar armaduras muito pesadas e qualquer sapecada dos inimigos meus golpes eram interrompidos.

Nesse segundo playthrough, resolvi ser o mais ignorante guerreiro possível e simplesmente destruí neste jogo. Os ataques dos inimigos me faziam cócegas e meus golpes derrubavam a maioria deles com dois ou três golpes. Diabos, no primeiro dia que joguei eu matei os três primeiros chefes rapidinho e só tive minha primeira morte no jogo inteiro quando enfrentei o quarto chefe, o qual eu morri uma única vez por descuido meu por estar tão acostumado a ser um tanker que aguentava porrada na cara enquanto socava meu machado na cara dele.

Simplesmente não tem tática melhor pra se enfrentar os monstros nesse jogo, por mais diferentes que eles sejam em suas ações, o melhor jeito de enfrenta-los é utilizar a mesma tática sempre.
Quem merece destaque mesmo nesse game são os chefes... os quais ainda assim são também bem genéricos. Mesmo alguns deles tendo diferentes fases, mudando de ação ou de ataque quando seu HP se reduz a uma certa quantidade, não oferecem um desafio de respeito pra um fucking tanque com fucking pernas. 


O jogo só tem um desafio: conseguir terminar ele aguentando todos os bugs que ele joga na sua cara.
Quando o joguei em outubro, este game era INJOGÁVEL. Agora ele está em um estado tolerável mas ainda assim com sua parcela de bugs que impedem que eu tenha real vontade de seguir o game no seu NG+,  mesmo eu sabendo que tem toda uma nova leva de loot novo que só aparece no NG+, eu não quero mais jogar o game por conta dos bugs que me irritavam tanto. Inimigos que te atacam por trás da parede, os quais nem te acertam realmente mas é contabilizado como acerto. Momentos que minha defesa era praticamente zerada sem nenhum motivo aparente, ou simplesmente meu jogo dava um crash (reconheço que diferente das vezes passadas que era um crash a cada 30 minutos só foi um crash durante o playthrough inteiro mas ainda assim né...).

Não direi como é o final, mas aviso que é uma decepção. É apenas o narrador dizendo “essa merda aconteceu”. Ao menos ele te dá dicas de algumas sidequest que você possa ter deixado de lado enquanto jogava, mas nada que faça você dizer “oh nossa, teria sido legal fazer isso”. Aliás, já adianto que qualquer “decisão” que você tome durante o jogo só tem impacto na narração no final, nem uma cutscenezinha mixuruca de recompensa você merece.

Lords of the Fallen é um jogo legalzinho. Diverte e te distrai se você não tem Bloodborne ou Dark Souls 1 ou 2 ainda em casa, o que me dá a certeza que ele foi lançado naquele estado injogável porque se ele tivesse sido lançado com alguma proximidade, por menor que fosse, de Bloodborne ou até mesmo da remasterização de Dark Souls 2 ele seria sumariamente ignorado e a sequência que o estúdio já disse estar trabalhando em cima talvez nunca seria sequer pensada em ser feita.

Se encontrar esse jogo à venda, faça sugestão de uma troca de algum jogo seu que esteja encostado. E baixem todos os patches.


 

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